LIXO

ENERGIA OBTIDA A PARTIR DO LIXO

(english version at the end of this post)

Você sabia que podemos obter energia a partir do lixo que produzimos?

 

usina de lixo
O lixo que produzimos diariamente, também chamado, de modo mais técnico, de "resíduos sólidos urbanos - RSU", tem como destino final lixões a céu aberto (17,8%), aterros sanitários (58%) e aterros controlados (24,2%). A quantidade gerada, no Brasil, chega a, aproximadamente, 200.000 toneladas de lixo por dia, sendo a região Sudeste responsável por quase metade desse total. Todos esses dados são da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) de 2012, ano da mais recente publicação sobre o tema.
Com esses dados, uma pergunta fica no ar: todo esse lixo, independentemente de estar no lixão ou no aterro, poderia ser, de algum modo, utilizado para gerar energia e, desta forma, diminuir o volume ocupado por ele em seu local de origem? A resposta é sim.
Vamos, antes de mais nada, analisar a sua composição. O lixo é composto por uma série de materiais que podem ser separados em 2 grupos: orgânicos e recicláveis (várias lixeiras públicas são rotuladas desse modo). Para simplificar, pense assim: os orgânicos são aqueles biológicos ("que têm vida"), ou seja, alimentos em geral principalmente, e os recicláveis são aqueles não biológicos ("que não têm vida"), ou seja, recipientes em geral (latas, embalagens, sacos, garrafas, etc) e outros.
Os materiais recicláveis, geralmente, demoram muito tempo, de meses a anos, para sofrer decomposição e, portanto, liberar algum tipo de gás ou substância que possa ser aproveitada para gerar energia. Além disso, a melhor destinação de um material, antes de tornar-se resíduo, seria, em primeiro lugar, a sua reutilização seguida, aí já como resíduo, da sua reciclagem (incluindo a compostagem quando for o caso - tipo de reciclagem do lixo para posterior utilização como adubo agrícola) para, só então, participar do processo de geração de energia.
Já os materiais orgânicos são a parte do lixo que é decomposta por microorganismos gerando produtos como gases e substâncias líquidas tóxicas que, em pouco tempo, podem contaminar o ar, o solo e os leçois freáticos. Esses gases é que devem ser objeto de estudo.
A mistura de gases produzida pela parte orgânica do lixo é conhecida como biogás, cujo principal componente é o gás metano (CH4), que tem um efeito estufa 20 vezes mais intenso que o gás carbônico. Esse gás é o principal componente, também, do que chamamos de gás natural, que é utilizado em alguns veículos e em usinas termelétricas. 
Ou seja, ele pode ser queimado para gerar energia a partir de uma determinada fonte que, no caso em questão, pode ser o lixo que produzimos. O ideal não é simplesmente queimá-lo para evitar o seu acúmulo e liberação para a atmosfera e sim utilizá-lo para gerar energia. Dessa forma, estaríamos contribuindo para gerar eletricidade para populações que moram próximas aos locais de sua produção de modo sustentável, ou seja, neste caso, não precisaríamos extraí-lo de alguma reserva fóssil que o contenha e ainda estaríamos diminuindo o volume de lixo armazenado.

Nesse ponto, acho importante colocar uma questão antiga que existe entre os especialistas da área: a produção de energia a partir do lixo não vai poluir o meio ambiente como outras usinas já o fazem? Essa discussão torna-se particularmente relevante se, com a produção de energia, houver a liberação de gases poluentes na atmosfera. Pode-se dizer que, hoje, essa questão está bem dimensionada, pois esse tipo de usina utiliza filtros que evitam, ou pelo menos mitigam, o lançamento desses gases para o meio externo. 
Portanto, politicas públicas e parcerias público-privadas deveriam ser implementadas com mais ênfase no país para tornar esse modo de produção de energia viável, principalmente do ponto de vista econômico, onde países europeus, EUA e Japão levam grande vantagem e, por isso, estão muito mais avançados nessa área. 
Com certeza, esse tipo de produção de energia, desde que viável, ajudaria muito tanto em questões energéticas quanto na questão da destinação final dos resíduos sólidos urbanos ("o nosso lixo de cada dia").



TRASH

ENERGY OBTAINED FROM TRASH

Did you know that we can get energy from the waste we produce?


The garbage we produce every day, also called, more technical, "municipal solid waste - MSW" has as final destination open dumps (17.7%), landfills (58.1%) and landfills ( 24.2%). The amount generated in Brazil comes to approximately 200,000 tons of waste per day, and the Southeast region accounts for nearly half of that total. All these data are of ABRELPE (Brazilian Association of Public Cleaning and Special Waste) from 2010 to 2011.
With these data, a question hangs in the air: all this garbage, whether you're at the dump or landfill, could be somehow used to generate energy and thereby decrease the volume occupied by it in its original location ? The answer is yes.
C'mon, first of all, to analyze its composition. The waste is composed of a number of materials that can be separated into two groups: organic and recyclable (several landfill sites are labeled in this way). For simplicity, consider way: the organics are those biological ("which have life"), or food in general, especially those are recyclable and non-biological ("who do not have life"), or containers in general ( cans, packages, bags, bottles, etc.) and others.
Recyclable materials typically take a long time, months to years, suffer decomposition, and thus releasing some sort of gas or substance that can be harnessed to generate power. Moreover, the best allocation of a material before becoming residue was firstly, their reuse then there already as waste, the recycling (including composting if applicable - the type of recycling waste for later use as agricultural fertilizer) for only then participate in the process of power generation.
Since organic materials are part of the waste that is decomposed by microorganisms generating products such as toxic gases and liquid substances that in a short time, can contaminate the air, soil and groundwater leçois. These are gases that must be studied.
The mixture of gases produced by the organic part of the waste is known as biogas, whose main component is methane (CH 4 ), which has a greenhouse effect 20 times stronger than carbon dioxide . This gas is the main component, too, of what we call natural gas, which is used in some vehicles and power plants. 
That is, it can be burned to generate energy from a given source, in this case, may be the garbage we produce. The ideal is not simply burn it to prevent its accumulation and release into the atmosphere, but use it to generate power. Thus, we would be contributing to generate electricity for people living near the sites of their production in a sustainable way, ie in this case, we would not need to extract it from a fossil reserves containing it and we would still be reducing the volume of waste stored.
At this point, I find it important to put an old question that exists among experts in the field: the production of energy from waste will not pollute the environment like other plants already do? This discussion is particularly relevant if, with the production of energy, there is the release of greenhouse gases into the atmosphere. You could say that, today, this issue is well dimensioned, since this type of plant uses filters that prevent or at least mitigate, the release of these gases to the outside. 
Therefore, public policies and public-private partnerships should be implemented with more emphasis on the country to make this mode of energy production viable, mainly from an economic standpoint, where European countries, USA and Japan take great advantage and therefore are much more advanced in this area. 
Surely, this type of energy production, since viable, very much help on energy issues as the question of disposal of municipal solid waste ("waste of our every day").


Comentários

  1. Parabéns ao Blog "Fontes-Energéticas", pela publicação da matéria "Lixo", excelente! Essa é a maneira lógica de como podemos tratar o nosso lixo, mas é claro que precisamos ser conscientes antes de produzi-lo.

    Maria Odete - Gestora Projeto AJO Ambiental

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    1. Obrigado Maria Odete pelo seu elogio. Espero que continue acessando o blog e que ele corresponda às suas expectativas.

      Abraço

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