Estocagem de energia - de fontes renováveis –, até hoje, não armazenável, será possível algum dia?
Uma substância muito comum em nosso dia a dia pode ser a chave para a criação de capacitores que armazenarão energia de fontes renováveis. A notícia é de 2013, mas, a discussão é extremamente pertinente para ser pautada hoje e no futuro, principalmente em nosso país onde se discute, como nunca, a questão da matriz energética
Sem entrar nos detalhes
mais técnicos, capacitores são, basicamente, componentes eletrônicos capazes de
armazenar energia – a rigor, armazenar cargas - num campo elétrico. Essa
capacidade depende muito, dentre outras variáveis, de um material colocado
entre duas placas metálicas polarizadas.
Esse
material, conhecido como dielétrico, deve ser o mais isolante possível para que
a energia recebida através das placas seja armazenada com mais eficiência.
E como se
mede essa “capacidade isolante”? Através de um valor numérico constante para cada
material avaliado chamado constante dielétrica. Quanto maior for o seu valor,
maior será a capacidade do capacitor de armazenar energia para uso posterior.
O material
dielétrico faz com que o capacitor armazene energia mesmo na ausência de
suprimento energético de fontes externas – no nosso caso de interesse, isso é
particularmente importante quando uma fonte renovável não está produzindo energia. Aliás, essa é a grande desvantagem
desse tipo de fonte energética: produção intermitente de energia sem
capacidade, pelo menos até o momento, de armazenamento.
Já existem
alguns projetos em andamento sobre esse assunto – como armazenar energia de
fontes renováveis – que não se baseiam em capacitores. Eu mesmo escrevi, há
algum tempo atrás, um artigo para um jornal, onde os pesquisadores se baseiam
num processo químico denominado eletrólise.
Então por
que, agora, surgiu a ideia de armazenar energia com capacitores, que surgiram,
como conceito, em meados do século XVIII? Porque, até o momento, não se tinha
descoberto um material dielétrico que satisfizesse três condições importantes
para se armazenar energia em grandes quantidades:
- Constante dielétrica elevada, ou seja, capacidade de
armazenar grande quantidade de energia.
- Uma perda dielétrica muito baixa, o que significa,
praticamente, nenhum vazamento e desperdício de energia.
- Capacidade de operar em uma ampla faixa de temperaturas.
Pesquisadores
da Universidade Nacional da Austrália - ANU, na sigla em inglês - anunciaram
- em julho de 2013 - ter desenvolvido um material dielétrico, que possui essas três características,
à base de dióxido de titânio (TiO2). Achou estranho esse nome?
Olhe nos
rótulos do seu creme dental; do seu sabão em pó para lavar roupas ou do seu
bronzeador (protetor solar). Provavelmente, você verá esse nome escrito neles.
Essa substância é muito utilizada em produtos do nosso dia a dia,
principalmente, por suas propriedades branqueadoras – refletoras da luz branca.
Com mais
desenvolvimento, esse material poderá ser usado nos chamados
"supercapacitores", que armazenam enormes quantidades de energia, acabando
com as limitações de armazenamento das energias renováveis e alavancando o seu
crescimento de vez, para que, dessa forma, possa tornar-se, num futuro próximo,
a principal fonte de energia do planeta.
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